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Vou (vamos) esmiuçar os conceitos, paradigmas e ideias sobre o desenvolvimento do comportamento Humano, desde a concepção da vida até ao último suspiro.


- Como se desenvolve a adquisição do Conhecimento?

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- Quando possuiremos TODO o conhecimento necessário a fim de poder exercer a nossa cidadania plena?



terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Ficha de leitura
“Comunidades dinâmicas para o aprendizado na internet”. Lucena, M. (1998) In Revista Brasileira de Informática na Educação, Nº 2.
Ideias principais da autora
A internet é uma Enciclopédia Humana, em constante crescimento, de fácil e rápido acesso e com objectivos amplos, que tem de ser encarado como uma nova forma de adquirir conhecimentos: as informações antes escritas (livros) tornam-se digitais (computadores). O conhecimento não se limita a sala de aula. Logo, os recursos oferecidos pelo factor Internet, devem ser organizados e administrados a fim de que sejam utilizados, de uma forma positiva e produtiva. O modelo instrucional (Win, 1993) tem de ser reajustado tendo em conta a falta de limites no tempo da navegação (na internet) e na falta de limites na exploração de conteúdos. Esta nova sociedade de informação estimula os professores a adaptarem a sua maneira de ensinar às novas formas de adquirir informação. O conhecimento constrói-se, pois, de uma forma mais aberta, cooperativa, criativa e inovadora. A “oficina de aprendizagem”( Lucena, m. & Forman, 1991) ou “ comunidade de aprendizagem” (Wilson, 1997) é um novo conceito de sala de aula “virtual” onde” um grupo de pessoas interagem … organizam .. apoiam … com …objectivo preestabelecido, ou para cumprir..tarefa” (Marisa Lucena, 1998, pag. 107). Nesta nova Comunidade Dinâmica para o Aprendizado (novo paradigma educacional), há partilha de controlo e de ideias; incluindo o professor, todos aprendem com as experiências, aprendem a aprender e desenvolvem habilidades metacognitivas. É um ambiente exigente em termos de “intencionalidade, análise, crítica, selecção, organização e categorização dos conhecimentos”
Para que estas comunidades funcionem, têm de ter certas características ou naturezas (“distribuição do controlo e dos resultados da aprendizagem … compromisso com a geração e compartir o novo conhecimento … actividades flexíveis e negociadas … membros autónomos … incentivo ao trabalho cooperativo …”), e respeitarem requisitos (“capacidade de adaptação … criatividade e inovação … cruzamento entre as fronteiras de métodos e de disciplinas tradicionais … apreciação de diversidades multi - perspectivas e temas ligados a conhecimentos epistemológicos”) Como participar? Através de e-mail (individual), ou utilizando listsev, gophers ou www. Nesta troca de mensagens tanto beneficiam os de menores capacidades metacognitivas como os especialistas. O comportamento do grupo depende do factor “humano”, logo não é completamente previsível. Pode ser escalonado em níveis (individual, interpessoal e grupo) que por sua encaixam-se em várias dimensões psicológicas e que percorrem vários estádios de desenvolvimento (formação, storming, norming, desempenho e separação). A liderança (fundamental) do grupo serve para direccionar e monitorizar os objectivos propostos para o projecto. As interacções dentro desta comunidade dinâmica abrem caminho para: ter a noção que há coisas para aprender, procurar e receber ajuda, aceder a fontes de conhecimento, compartilhar a solução do problema, guardar as informações encontradas, repetir os processos utilizados. Os elementos dos grupos mantêm-se unidos ou porque acham que são uma mais-valia no grupo, ou por lealdade ou ainda porque acham que mesmo sendo inferior a sua participação é importante.
Teorias/autores em que a autora se apoia
Desenho Instrucional, Win, 1993; Teoria sócio – histórico - cultural de Vysgotsky, 1997; Teorias construtivistas de Scardamalia & Bereitier, 1994, Teorias sobre o comportamento humano de Cole &Nast-Cole, 1992; Dimensões psicológicas do comportamento em grupo de Ancona, 1987; Teorias sobre os diferentes tipos de grupos de Marca &Block, 1992.
Desenvolvimento da proposta da autora A autora pensa que não importa o motivo que leva à participação nestas “novas comunidades dinâmicas”o que é importante é que exista satisfação, que aconteça aprendizagem (ou reciclagem) e que os papéis de cada um no grupo sejam entendidos. As recomendações são: para os especialistas: variar o nível de discussão e aceder a outras listas de discussão privadas (para melhorar a sua especialização) e para os iniciantes, utilizar ferramentas simples, consultar os especialistas em privado, respeitar os protocolos, verificar as entradas para não repetir pedidos de ajuda. Este tipo de aprendizagem, embora sem respeitar, muitas vezes, um desenho instrucional, produz efeito e evoluirá com o tempo. Contudo, para que estas comunidades sejam usadas no ensino tradicional será necessária uma maior investigação.
Comentário crítico
Aproveitar a internet para criar um cenário de aprendizagem é um panorama que não podemos menosprezar uma vez que as potencialidades que a tecnologia oferece estão em franco crescimento (desenvolvimento da Web 2). O cenário de aprendizagem proposto por Lucena, baseia-se numa construção colaborativa (construtivista) do conhecimento, com a ajuda da internet. Para “desenhar” uma aprendizagem seguindo os estudos de Lucena, as tecnologias a utilizar terão de permitir interacção (um vídeo, por exemplo, não o permite). Segundo Pereira, A. (2008), são vários os autores que defendem as aprendizagem feitas em grupo como muito superiores, críticas, abrangentes, aprofundadas e enriquecedoras socialmente. Uma aprendizagem assim, onde a dimensão humana sobrepõe-se à tecnologia, não pode ter um caminho delineado à partida, o caminho é direccionado conforme as “experiências prévias … modos diferentes de ver o mundo … capacidades … interesses e de expectativas” (Pereira, A. 2008, pag. 3) do aprendente. Deverá, pois, seguir um modelo instrucional contextualizado (segundo Filatro, citado in Pereira, A, 2008, pag.3), onde o conhecimento apareça em espiral ou seja, sem etapas, sem objectivos instrucionais rígidos; as situações de aprendizagem devem ser abertas e por isso desenhadas consoante a evolução do contexto (possuindo, no entanto um objectivo consoante a formação pretendida). As situações e as actividades não poderão ser só de leitura ou resolução de exercícios; as actividades terão necessariamente de construir, com o empenho de todos os aprendizados, o conhecimento (Dillenbourg, 2003, Torres e Mariot, 2006, citado em Pereira A. pag. 5)
E como avaliar uma Comunidade Dinâmica de aprendizagem? O aprendente auto-avalia-se, a partir do feedback que lhe é dado por parte do formador (gerindo assim as suas metas e estudo realizado) e sobretudo a partir feedback entre colegas da Comunidade; isto será uma avaliação Formativa. A comunidade também poderá ser avaliada de uma forma Somativa: Será feita considerando a qualidade, a dedicação e a responsabilidade que cada interveniente teve ao realizar a tarefa.

Bibliografia:
-Pereira A. (2008), “Cenários de Aprendizagem em Elearning”, Working Paper
-Lucena, M. (1998). Comunidades dinâmicas para o aprendizado na internet”. In Revista Brasileira de Informática na Educação, Nº2.

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