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terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

ENSAIO

Quais as diferenças, (em termos de professores, estudantes, tecnologias, interacções e ambiente de aprendizagem) entre o Ensino a Distância de 2º Geração e a Educação a Distância de 3º Geração?


Várias gerações de Educação a distância, porque?

Segundo Moran, Educação a distância é a educação que acontece num ambiente onde aprendentes e instruidores não ocupam o mesmo lugar temporal (normalmente) nem físico (como no conceito de educação tradicional). São as ferramentas oferecidas pelas tecnologias que concretizam a comunicação entre os intervenientes. O desenvolvimento tecnológico ofereceu à Educação a distância, inovações que revolucionaram as várias Gerações de Ensino a distância. Muito caminho ainda falta percorrer, até que as todas as potencialidades tecnológicas sejam implementadas produtivamente na Educação a distância. Embora suportada nas tecnologias, não podemos excluir como propulsionadores do desenvolvimento em EaD, o próprio desenvolvimento das sociedades modernas onde o “aprender ao longo da vida” é um dos seus estandartes e a poupança de recursos, própria das sociedades capitalistas actuais (mais alunos, menos salas de aulas físicas, maior poupança).

-Várias perspectivas.
Foram vários os autores que se debruçaram sobre as o estudo das Gerações de EaD: Moore, Kearly, Nipper ou Taylor. Todas elas explicitam o desenvolvimento que houve nesta forma de ensino. Em quase todas, as gerações são analisadas em função do tipo de ferramentas utilizadas para comunicar (multidirencionais, bidireccionais ou unidireccionais), do papel do professor, do papel do estudante, da tecnologia utilizada e do ambiente onde ocorre a instrução. Para estabelecer as diferenças entre 2ª e 3ª Geração representadas na figura, vou utilizar a perspectiva de Nipper (1989).

-2ª Geração de EaD segundo Nipper:
Baseia-se na utilização dos meios de telecomunicação como ferramentas para a transmissão de saberes. Chamada de Geração multimédia, acresce à utilização da escrita (da 1ª Geração, ensino por correspondência) a utilização de cassetes, rádio, televisão ou telefone. No geral, este conjunto de ferramentas permitem uma interacção pouco eficaz entre Prof. e aluno e podemos considera-las de bidireccionais, embora muito pouco activa. Não existe interacção entre os alunos, isto implica um certo isolamento na aprendizagem (o que contraria as teorias construtivistas da aprendizagem defendidas por Piaget e Vygotsky). A abordagem instrucional é o instrutivismo que é fundamentado nas teorias behavioristas. (Para haver uma aprendizagem significativa, autores há que defendem a coexistência das duas abordagens). O ambiente de aprendizagem (pode ser em casa, no escritório) centra-se no conhecimento, o professor tem o papel de Ensinar conteúdos para que os estudantes se apropriem dos mesmos e aumentem o seu saber.

-3ª Geração segundo Nipper:
Esta terceira Geração surge com a utilização dos computadores em rede ou seja, com o aparecimento da internet. Este novo ambiente de aprendizagem caracteriza-se por ser bidireccional, multi-direccional síncrono ou assíncrono, onde, não só a comunicação Prof.-aluno acontece, mais também a comunicação entre alunos. No ambiente de aprendizagem, passa a fazer parte o computador, e é centrado na comunidade com a qual constrói o seu saber nas partilhas que realiza quando interage com todos os participantes, efectuando assim uma aprendizagem colaborativa (que tem a sua fundamentação nas teorias construtivistas de Piaget). O papel do professor é o de Treinador (mais do que instrutor) e orientador da aprendizagem. Ele tem de fornecer conteúdos, acompanhar a aprendizagem, esclarecer conceitos, a fim de que se alicercem em cada estudante, estruturas capazes de ultrapassarem os aspectos críticos adjacentes à EaD.

-A minha fundamentação
Não se entende uma sociedade senão pela sua educação. Eu lí uma vez o seguinte: “A Educação é aquilo que nos sobra quando esquecemos todo o resto”
O conceito formal, não formal e informal, atribuído à Educação (para todos e para sempre), juntamente com as necessidades de capacitação profissional exigidas a todos, nas sociedades contemporâneas, justifica uma mudança dos ambientes educativos.
A EaD, pode ser um ambiente, por excelência para que se concretize essa mudança
Ao longo das várias Gerações de EaD estudadas, concluo que com o aperfeiçoamento das tecnologias de comunicação, os níveis de escolaridade que utilizam a EaD também foram aumentando (actualmente existem Mestrados e Doutoramentos em ambiente, embora parcial, de EaD). Esta penetração em quase todos os níveis de ensino justifica o próprio valor educativo da EaD. As ferramentas utilizadas passaram de assíncronas (one- way, onde há muito pouco diálogo entre Prof. e aluno) para síncronas ( multi- way, maior interactividade).
Para além das tecnologias e do nível de educação, também o tipo de aprendizagem promovida também evoluiu: começou-se por privilegiar a aprendizagem baseada nas teorias behavioristas, e passou-se a privilegiar uma aprendizagem colaborativa baseada nas teorias de Vysgotsky onde a interacção social entre aprendentes e entre Prof. aluno é fundamental para a aprendizagem. Mesmo à distância, deixamos de estar isolados.
Também houve mudanças nos papeis de Professores e alunos. O Professor passou de instrutor a facilitador ou mediador da aprendizagem: o aluno por sua vez modificou o seu papel de passivo para activo.
Em todas as Gerações de EaD, existe uma distância transaccional que tem de ser trabalhada e minimizada. Distância transaccional pode ser descrita como uma distância que não sendo métrica, está assente na separação geográfica (distância física) que existe entre os intervenientes do EaD. É uma distância psicológica (que se traduz pela qualidade das interacções dos participantes), pedagógica (traduzida pela estrutura dos programas) e emocional (que se traduz no grau de autonomia para a aprendizagem). Partindo desta definição e aplicando-a à 2ª Geração de EaD, posso idealizar que só um programa bem estruturado aplicado, por sua vez, a alunos com um grau de autonomia razoável conseguiria vencer a barreira da distância transaccional desta Geração (uma vez que o diálogo existente neste caso, 2º geração, é insuficiente). Voltando a idealizar: na 3ª Geração, se os programas estiverem bem, estruturados, e se os aprendentes forem detentores de uma grande capacidade na sua autonomia de aprendizagem, o desafio está ganho, pois existem ferramentas para se fazer uma interacção de qualidade (chat, vídeo - conferência, fóruns). Estas situações “ideais” ou “prováveis”, podem fazer parte dos objectivos a ter em consideração quando se pensa em fornecer uma aprendizagem por EaD. A formação de uma aula - virtual (na 3ª Geração), tem de ter em conta: o nível da aprendizagem (Formais, não formais e informais); o tema do curso (não pode ser um curso sobre provas de vinhos, é incompatível); o número de alunos abrangido (dependem dos objectivos a atingir) e o nº de horas on line necessárias (totalmente on-line ou b-learning)
Uma aprendizagem em EaD, é um cenário educativo contemporâneo cujas gerações caminham (e caminharam) para a sincronia, a presencialidade (virtual, ou parcial).
Poderíamos pensar que a medida que as gerações de EaD, se desenvolvem, o papel do Prof. é secundário, tal não corresponde á verdade. O Prof. é a peça que faz mexer o sistema (Brichoff, 2000; Salomon, 2000). Após o curso estar delineado, cabe ao Prof. facilitar a aprendizagem de forma directa (com perguntas estruturadas, ou conceitos) ou de uma forma indirecta (ou seja ensinar a pensar e a reflectir) (Berge, 1995; Harasim; et al, 1995; Rowntree, 1995); Organizar e planificar o curso (Mason, 1989, Berge, 1995; Rowtree, 1995; Dugleby, 2000); Promover o ensino colaborativo num grupo que se quer coeso e activo (Mason, 1989; Berge, 1995; Rowntree, 1995) e por último, cabe ao Prof. diminuir o fosso tecnológico entre os alunos (Berge, 1995). Estas tarefas todas atribuídas ao papel de Prof., servem, na minha opinião, sobretudo, para aumentar a confiança dos alunos e promover o sucesso da aprendizagem.
Acabo, voltando a utilizar o Texto de Moran. Estamos a caminhar para um novo ensino a distância. Interactividade é a palavra forte. Com as novas tecnologias, mesmo à distância poderemos interagir em tempo real, dando outra dimensão a aprendizagem e dando mais um carácter humano ao ensino a distância. Para isso é fundamental que os “profissionais que educam”estejam preparados para tirar partido de todas as funcionalidades disponíveis. É também necessário, que existam condições para que o acesso as tecnologias seja igual para todos.


Bibliografia:
• (1) J. Vermeersch (coord.). (2006). Iniciação ao Ensino a Distância, Brussel, Het Gemeenschasonderwijs. Cap. 1, 3, 4 e 6
• (2) Moran, J.M. (2005). “O que é a Educação a Distância”,
• (3) Morgado, L. (2001). “O papel do professor em contextos de ensino online: Problemas e virtualidades”, Discursos, III Série, nº especial, pp. 125 -138, Univ. Aberta

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