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Vou (vamos) esmiuçar os conceitos, paradigmas e ideias sobre o desenvolvimento do comportamento Humano, desde a concepção da vida até ao último suspiro.


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sexta-feira, 30 de abril de 2010

E-Fólio B

“Factores de risco e factores de protecção ao desenvolvimento infantil: uma revisão da área” Temas em Psicologia. 2005, vol.13, no.2 [consultado on-li

A partir da Dissertação de Mestrado (defendida em 2002), a Autora Joviane Marcondelli Dias Maia (Psicóloga; Doutoranda em Educação Especial pela Universidade Federal de São Carlos), analisa a literatura existente sobre o tema acima em negrito. Este trabalho foi também apresentado na XXXVI Reunião Anual de Psicologia em Salvador (2006), sob a orientação da Prof. Dra. Lúcia Cavalcanti de Albuquerque Williams (Psicológa, Doutora em Psicologia pela USP).
Sinopse
A responsabilização legal de todos os profissionais que lidam com crianças, para que denunciem casos confirmados ou suspeitos de maus tratos em crianças ou adolescentes, implica o conhecimento de todos os factores de risco associados a esses maus tratos, por um lado, e por outro do conhecimento de factores que podem atenuar ou eliminar esses mesmos riscos a fim de que não haja prejuízo no desenvolvimento infantil. Este estudo fez-se no Brasil.
“Segundo Reppold, Pacheco, Bardagi e Hutz (2002), os factores de risco são condições ou variáveis associadas à alta probabilidade de ocorrência de resultados negativos ou indesejáveis. (… ) encontram -se os comportamentos que podem comprometer a saúde, o bem-estar ou o desempenho social do indivíduo … crianças portadoras de determinados atributos biológicos e/ou sob efeito de determinadas variáveis ambientais têm maior probabilidade de apresentar distúrbio ou atraso em seu desenvolvimento … Estas variáveis são denominadas factores de risco (… ) aumentam a probabilidade de a criança desenvolver uma desordem emocional ou comportamental … podem incluir atributos biológicos e genéticos da criança e/ou da família, bem como factores da comunidade que influenciam, tanto o ambiente da criança quanto de sua respectiva família.”
[Durante séculos, acreditou-se que a criança era “um adulto em miniatura”. Os estudos sobre a infância são recentes. Uma vez reconhecida a infância como um estádio especial de desenvolvimento, traçaram-se linhas que visavam o bem-estar e a saúde das crianças, tendo em conta as suas necessidades, as suas capacidades cognitivas e psicológicas. Isto quer dizer que durante este estádio, infância, existem vários domínios que têm de ser tidos em consideração. O desenvolvimento desses vários domínios ao longo do estádio, vai provocar o crescimento e consequente passagem a outro estádio: Adolescência. A importância desse

desenvolvimento, é o motivo principal deste estudo. Uma vez que o ser humano é um ser bio-pscico-social, os estímulos recebidos do meio, também influenciam o seu desenvolvimento. Os estudos referem que uma estimulação apropriada (positiva) promove um desenvolvimento saudável, não só na infância, mais em qualquer estádio de desenvolvimento. Eis a importância de catalogar os factores que influenciam negativamente o desenvolvimento infantil e enumerar quais os factores de protecção que têm de ser observados por todos os profissionais e todos aqueles que lidam com as criança. Urge formar profissionais para estarem sensibilizados e habilitados para terem uma postura de prevenção face às situações adversas que podem surgir durante a infância. Têm de saber assinalar as fraquezas e os pontos fortes de todos os membros da família e da sociedade envolvente O sucesso de esta actuação preventiva, traduzir-se-á num futuro melhor para qualquer criança. Observar, identificar e actuar (para prevenir sobretudo)]
Os factores de risco referidos neste estudo são: violência doméstica, violência física, psicológica, negligência, exposição à violência conjugal e violência sexual. As consequências destes factores de risco são: baixa estima, baixo desempenho académico, abandono escolar, atrasos ao nível cognitivo e ao nível da linguagem, mau relacionamento social (má regulação dos afectos), perca de vínculo parental, alta probabilidade de viverem na rua e de serem presos por crimes violentos, uso de drogas, crueldade para com os animais, ansiedade, transtornos alimentares, pensamentos suicidas e falhas no desenvolvimento físico. Uma criança que assiste a cenas de violência doméstica, assimila aquilo que viu com um modelo a seguir socialmente.
Existem características na personalidade dos pais (estressores) que também são delatores de comportamentos abusivos: algum tipo de deficiência mental, utilização de drogas, pobreza, pais adolescentes, depressão e baixa auto-estima. (Hughes, Graham- Bermann e Gruber (2001)). Acrescentam-se também (segundo American Academy of Pediatrics, 2002) habilidades parentais pobres, e disfunções familiares.
[Estas situações de abuso no seio da própria família, promove à quebra de vínculos entre pais e filhos. A criança necessita de confiar para poder explorar o mundo. É esse sentimento de segurança que vai servir de pedra basilar para a sua auto-estima, a fim de que possa ser um adulto responsável. Esta interacção entre a vinculação e a separação (Modelo da Dupla Hélice in Morgado & Costa 2009, pag. 16-21) funcionando de maneira a se potenciarem mutuamente, faz com que a criança progrida e se desenvolva. O processo de vinculação, promove a separação e a consequente passagem para estádios de desenvolvimento mais complexos (ajudam a crescer)]


As características da criança também podem potenciar os maus tratos: ter menos de 5 anos, ter tido complicações no nascimento, ter um comportamento difícil, deficiências físicas e mentais. (Hughes et al (2001)) “Finalmente como factores da comunidade (… ) Hughes et al (2001) apontam para o senso da aprovação da violência pala sociedade, aprovação da punição corporal e distribuição desigual do poder dentro da família e da sociedade (… ) as famílias com características positivas podem oferecer protecção às suas crianças dos riscos da comunidade (… ) famílias de alto risco encobrem as vantagens … oferecidas por uma boa vizinhança”
Factores de Protecção ao Desenvolvimento Infantil:
Destacam-se três categorias: a) atributos disposicionais da criança (idade superior a cinco anos inteligência acima da média, bom temperamento, competência social, autonomia; estes factores podem ser chamados de Factores de Resiliência); b) característica da família, uma família funcional, reduz a influência negativa dos pares (saúde mental da mãe, qualidade do funcionamento familiar, exteriorização dos afectos, disciplina consistente, qualidade da interacção entre pais e filhos, coesão entre os membros da família); c) fontes de apoio para a família e criança (individual e institucional). (vínculos com avós, tios, vizinhos e amigos; as crenças religiosas, enraizamento cultural, forte suporte social, bons serviços de saúde).
A Psicologia Positiva é referida como forma de potenciar as emoções, as habilidades e as situações sociais positivas (democracia, famílias saudáveis). Reforçar os valores e as virtudes servem para construir a resiliência face à adversidade, e assim promover o desenvolvimento infantil.
Conclusão
Para ser capaz de dar um significado à vida, qualquer adolescente necessita de possuir vivências coerentes. A construção do eu, alicerça-se no passado vivido, nas experiência observadas e no equilíbrio entre os vários factores de desenvolvimento (cognitivos físicos e sociais), A identificação dos factores que põem em risco esse desenvolvimento e da análise dos factores que poderão servir para a sua protecção, são caminhos e veredas que têm de ser trilhados por toda a sociedade. Cabe as famílias o papel fundamental, uma vez que é nela onde se dão os primeiros passos para a sociabilidade. Segundo Wallon “o social é biológico”. O amor é a mola que impulsiona o desenvolvimento. (Morgado & Costa, 2009, pag. 34). Segundo Freud, Piaget e Erickson, é na infância que se adquirem capacidades cognitivas e sociais a fim de descobrirem o seu lugar na sociedade. Educar para os valores e respeitar os níveis de desenvolvimento de cada estádio, é construir o Ser Humano com o objectivo de viver harmoniosamente na sociedade. É esse um dos papeis da Psicologia do Desenvolvimento.


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Bibliografia consultada:
- Morgado, Lina & Costa A. (2009), Texto de apoio ao tema 2
- Tavares et al. (2007). Manual de Psicologia do Desenvolvimento e Aprendizagem, pág. 42-82
- Factores de risco e factores de protecção ao desenvolvimento infantil: uma revisão da área” Temas em Psicologia. 2005, vol.13, no.2 [consultado on-line em 19 de Abril 2010]; ISSN 1413-389X; http://www.sbponline.org.br/revista2/vol13n2/v13n2a03t.htm